E agi bem tomando essa postura, de não me importar com os outros, e adaptei-me bem a essa prática. Percebi que realmente conseguia agir de forma racional, pensando só em mim.
Até o dia em que esbarrei com "ela" no pátio do colégio.
O que ela esta fazendo aqui?? - Eu me perguntava incessantemente.
Por algum motivo aquele "Allan" interrado se debatia dentro de mim, mas consegui contê-lo rápido. Até o dia em que uma colega minha que também era amiga "dela" veio e disse:
- A Shauana quer falar cuntigo a sós assim que tu tiver tempo. - Com um olhar esperançoso.
Aquelas palavras fizeram meu corpo todo parar por um instante.
Será mesmo que "ela" quisece me ver depois de tudo? Será que eu deveria vê-la? Será que não é brincadeira da parte de minha colega? - Tudo isso me passava pela cabeça naquele segundo.
- Vou pensar con caso dela! - falei com pouca segurança.
Naquele mesmo dia a encontrei no intervalo das aulas. E ela com aquela mesma timidez inebriante e única, aquele rosto perfeito, as curvas dos lábios me chamando para o beijo.
Usei toda minha habilidade acumulada para não ceder aquela tentação, até que consegui perguntar:
- Pronto estou aqui, o que tu queria mesmo? - Com um ar de desdenho tentei indaga-la.
- Desculpa... por tudo que fiz?? Será que tuh me da outra chance?
Alguns segundos se passaram até que eu lembrasse como era difícil respirar, e até que conseguisse acreditar.
Ela estava ali em minha frente, pedindo desculpas, e querendo remediar o dano que causou.
No início amoleci completamente, mas minha nova conduta realmente tinha ganhado força, e quase gaguejando eu pedi um dia a ela para pensar.
Aquela foi a primeira noite em que sonhei tão intensamente com alguém.
Cansei de repetir a mim mesmo que ela havia me feito tão mal que jamais amaria-a novamente, - mas tive efeito reverso mais tarde - e no dia seguinte disse "sim" a ela, mas não como o velho Allan, e sim como o novo, que não se importa.
Tive minha chance de vingança, queria que ela sofresse como eu sofri, para que sentisse na pele o que perdera.
Fingi intregar-me compretamente, todos diziam que eramos o casal mais perfeito e iguais, até que o mundo dela girava em torno de mim. E não posso mentir dizendo que não a amei pois seria covardia de minha parte. Realmente aproveitei aqueles dias, mas estava decidido. Até que um dia fiz questão que ela me visse com outra menina.
E então vi a dor nos olhos dela. E aquilo fez-me arrepender até hoje. Vi seu rosto perfeito com expressões tristes que até então nunca havia visto.
Não me perdoo até hoje pelo que fiz a ela, pois no fim das contas tornei-me em algo pior do que ela fora quando fez o mesmo comigo.
Desde então esse havia se tornado meu primeiro demônio, primeira lembrança pertubada.
A essa altura o ano ja estava a mais da metade e estavamos próximos as féreas de verão novamente.
Continuei a agir pensando pouco nos sentimento dos outros - "outras" no meu caso - e aquilo ficava cada vez mais apático. Tanto que um dia que não recordo agora qual, no intervalo das oito da manha até as sete da noite, beijei 6 bocas diferentes. Quase como um troféu pessoal. Que mais tarde descobriria que não tem valor algum.
Mas mesmo descepcionado por não me sentir bem fazendo aquilo a "ela" o novo Allan cruel e insensível continuava a toda potência. E em decorrência disso, continuava a conhecer meninas e a usa-las como objetos, ou como doces que eu provava e depois passava para a próxima.
Até que cheguei em uma diferente, uma que eu não vira no colégio. Jéssica era o nome, e ela estudava na minha antiga escola, Rondon, mas mesmo estudando longe descobri que ela era quase vizinha e assim o problema da distância estava resolvido. Gostava de seu beijo, e gostava de estar com ela. Não era como quando Shauana estava presente mas sentia-me bem.
Apesar de contar no meu passado, ela não tem uma importância maior do que uma de suas amigas, que costumava conversar dias e noites comigo pela internet, uma amiga dela que esteve mais presente em minha vida do que a própria Jéssica.
hmm, curiosidade mata, sabia?
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