- Sabe essas pessoas que deixam nosso dia melhor –
- Não deixe passar desta vez babaca –
- Eu sei, e agora que tenho certeza que a amo estou com mais medo –
- O que! Fracote, deixe de bobagens. –
- Eu amava *Ana, e veja o que aconteceu, não quero que aconteça de novo –
- Abra os olhos e veja o tamanho da diferença. Você aprendeu a amar a Ana, mas essa mulher mexe com você de uma forma que eu nunca havia visto. –
- Nunca me perdoaria se a magoasse o mínimo que fosse. –
- Você acaba de dizer que a ama e por isso tem medo. Que grande besteira. –
- Fique calado, chega de dar ouvidos a você. Ela é muito mais que seus olhos podem ver, você nunca entenderia –
Por mais que ela me impedisse de cair, o abismo se aproximava rápido. Era fácil ama-la, mas era mais fácil ainda puxa-la junto comigo para o precipício.
E com a quebra dos meus maiores planos, minha vontade e determinação também se foram. Lágrimas salgavam as horas dos meus dias. Amigos se perderam na neblina. Não havia mais ninguém além dela que tivesse alguma influência sobre mim.
-O dilema é não envolvê-la nos meus problemas – Decidi me afastar. Por algum motivo eu achava melhor não trazê-la para meu mundo triste, cinza e vazio. Deixei de procura-la.
Existem inúmeras redes sociais na internet, posso acompanhar seus passos de longe. Algo que apesar de cruel se fez necessário.
Sem ela a queda foi inevitável. Um poço profundo e escuro, com paredes feitas de pedra lisa e escorregadia onde qualquer esforço para subir era em vão. Ali passei dias e mais dias de escuridão total, sem nenhuma perspectiva; nada adiante. Somente eu e o espectro formado pelo meu passado. Como um grande demônio rondando meu corpo físico. Nunca irei me livrar dele. É parte de mim.
Depois de algum tempo procurei algo forte para me fazer esquecer tudo pelo que havia passado e a atual situação. Comecei a sair pra a “noite”, baladas, e tudo mais relacionado a madrugada. Conheci todo tipo de mulheres e pessoas estranhas. Passava quase 3 dias fora de casa. Talvez pensando que ainda fosse “noite”. E a conseqüência era o gasto excessivo, sem muito controle. Contas começaram a se acumular (algo que me preocuparia antes) mas isso não me importava “nothing else matters”.A vida sozinho* era fácil, e eu já havia decidido não procurar por ninguém, deixar que a vida me levasse por conta própria, sem fazer esforço algum para mudar seu curso.
O que antigamente me chamava atenção não existia mais, meninas eram apenas pessoas sem importância, pessoas-números, daquelas que não significam nada. Poucos amigos, talvez nenhum tivesse sobrado, um ou outro que eu não via, só conversava virtualmente. Eu quase não admitia que estava estagnado. Parado no tempo, sem muito o que dizer ou fazer para mudar isso.
-Descobri uma coisa muito boa de um certo ponto de vista.-
- O que foi desta vez?-
- Ela esta namorando e pelo que percebi esta muito feliz.-
- Isso é muito bom? Você a perdeu de vez! Babaca.-
- Ela é muito importante pra mim. Se elas está feliz eu também estou.-
-Estou emocionado e até acho que vou chorar. Pare de bobagens e pense um pouco. Vai perder o que você tem de “mais importante” nesse sua vidinha medíocre por puro altruísmo, não tente me enganar, sou você lembra?-
- A decisão é minha, não tente me controlar -
- Amigão eu fiz você parar de sofrer ou você se esqueceu que se não fosse por mim nos momentos mais críticos dos seus 15 anos você já estaria nessa merda a muito tempo. –
-Agradeço mas você ficou no controle por muito tempo. –
- Dane-se você.-
Depois de um oi pela internet voltamos a nos falar e eu já sabia que havia perdido-a pela segunda vez e ainda fazia votos para que ela fosse feliz com o tal namorado.
Eu sentia golpes de dor a cada frase de apoio a ela. Apoio para que ela e o outro fossem felizes, mas eu estava acostumado com a dor e por várias vezes me sentia anestesiado com conversas agradáveis, assuntos sem muito conteúdo mas que a faziam rir e eu também, por mais falso que pudesse soar.
Cheguei a pensar que havia controlado o sentimento que alimentava por ela, porém a cada frase eu percebia que não havia controle. Mais aquilo crescia dentro de mim, mais o grito de desespero queria sair correndo das minhas cordas vocais. Eu te amo.
Até o momento em que descobri que não havia mais o outro, ela estava sozinha de novo (sabe-se lá por quanto tempo).
-É agora babaca, sua chance de matar de vez aquele leão asqueroso! –
-Não o ouço mais, acho que morreu de velho ou de fome?! –
-Outro motivo para você ir em frente. –
-Não farei isso, não agora. –
-Shut up and get out of my way! –
domingo
quarta-feira
[...]
Esse diálogo aconteceu em um segundo dentro da minha cabeça logo após ter reencontrado-a, e foi o bastante para que o leão soltasse um rugido feroz. Como se meus erros e culpas me agredissem violentamente, me fazendo lembrar o quanto ela era importante, e que era melhor eu levar a surra e não ela. Era eu pensar em ir adiante com ela que eu sentia os dentes fortes do leão cortando minha alma.
Eu sabia que se não a deixasse eu teria forças para mata-lo de uma única vez mas o medo era tremendo.
Os dias passando rápido e os passos para a depressão aumentavam. Minha atração por ela crescia de forma descomunal, quase anabolizando paixão e inflando-a. Quanto mais eu pensava em abrir a guarda e ama-la sem restrição, mais eu ouvia rugidos tenebrosos.
- Ela é importante demais. Não posso cometer as mesmas atrocidades, seria muita estupidez de minha parte. Ela é a única coisa que não me deixa cair no abismo –
Mesmo sem perguntar a ela, eu podia sentir aquela ligação do passado, e também podia ver nos olhos dela que aquilo não morrera com o tempo. Quanto mais tempo passava com ela menos o leão tinha forças, e agora ele só rugia, não tinha forças para me morder. Quando a dose de Thalila era forte o suficiente o leão adormecia e então pude desfrutar de momentos inesquecíveis ao lado dela. Irei guarda-los para sempre.
É fácil ama-la. Difícil não quere-la por perto, e isso me deixava ansioso. Eu mal a via e já estava assim. Ficava me perguntando sobre os amigos mais próximos dela, o que sentiam, quantos já não se apaixonaram assim por ela, quantos sentem o mesmo que eu. Duas ou três vezes por semana para mim eram sagrados. Sua companhia era como uma droga, eu precisava de cada vez mais.
Eu sabia que se não a deixasse eu teria forças para mata-lo de uma única vez mas o medo era tremendo.
Os dias passando rápido e os passos para a depressão aumentavam. Minha atração por ela crescia de forma descomunal, quase anabolizando paixão e inflando-a. Quanto mais eu pensava em abrir a guarda e ama-la sem restrição, mais eu ouvia rugidos tenebrosos.
- Ela é importante demais. Não posso cometer as mesmas atrocidades, seria muita estupidez de minha parte. Ela é a única coisa que não me deixa cair no abismo –
Mesmo sem perguntar a ela, eu podia sentir aquela ligação do passado, e também podia ver nos olhos dela que aquilo não morrera com o tempo. Quanto mais tempo passava com ela menos o leão tinha forças, e agora ele só rugia, não tinha forças para me morder. Quando a dose de Thalila era forte o suficiente o leão adormecia e então pude desfrutar de momentos inesquecíveis ao lado dela. Irei guarda-los para sempre.
É fácil ama-la. Difícil não quere-la por perto, e isso me deixava ansioso. Eu mal a via e já estava assim. Ficava me perguntando sobre os amigos mais próximos dela, o que sentiam, quantos já não se apaixonaram assim por ela, quantos sentem o mesmo que eu. Duas ou três vezes por semana para mim eram sagrados. Sua companhia era como uma droga, eu precisava de cada vez mais.
Prólogo
-não chore! já estou me sentindo culpado demais. - suas lágrimas caíam como rochas em minhas costas.
-Vá embora! Por favor. - as palavras mal saiam, entre soluços e suspiros e eu não tirava a razão dela. Afinal meus atos não justificavam nada.
Depois de um tempo nossa relação havia perdido intensidade. Talvez por causa da rotina ou do convívio demasiado, não sei ao certo, mas com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo eu não queria encontrar o motivo (por enquanto).
Era verão. Eu havia começado a freqüentar a faculdade. Vivia bem, tinha planos. Grande parte deles Ana estava incluída.
Primeira namorada séria. Tudo novo, inclusive o desejo de formar família.
Praticamente não percebi que tudo havia acabado. Só restava eu, minha moto, meus planos em pedaços e minha culpa.
O esforço para sair pela manhã era tremendo. Mais um longo dia sem nenhuma perspectiva. Primeiros passos para a depressão.
Uma semana havia se passado desde o nosso fim. Eu ainda freqüentava as aulas sem muita vontade, diga-se de passagem, e sem nenhum amigo ou conhecido para passar os malditos 15 minutos do intervalo das aulas. Tempo esse que parecia não passar.
Bom, pelo menos foi assim até encontrá-la. Talvez 4 ou 5 anos desde a nossa última conversa. Morena, cabelos longos e espessos, cacheados. A silhueta era familiar, porém ela possuía formas e curvas seriamente excitantes.
Tudo que acontecera antes daquele segundo se perdeu, não conseguia me concentrar em mais nada enquanto ela se aproximava.
Um metro de distância restante.Eu podia sentir o leve aroma de seu perfume espetacular e mesmo depois de tanto tempo era como se aquele fosse nosso “primeiro contato”.
Ela não era mais aquela menininha que eu havia conhecido ou talvez ainda fosse, porém seu corpo e rosto não me deixavam acreditar nessa hipótese.
- Ola! Quanto tempo?! – Eu disse depois de alguns segundos. Era difícil falar depois do baque.
- Oi! Como você esta? Faz tempo mesmo! – Seu rosto mostrava algo diferente, mas a expressão era mesmo de quem reencontrava um velho amigo.
Tenho certeza que a surpresa foi maior para mim do que para ela. Praticamente nada mudara em mim a não ser a necessidade de nicotina.
Já ela. – Oh my god! - Tudo estava diferente. Claro que ainda era a Thalila de sempre, eu podia ver no fundo dos seus olhos, aquela que ainda me fazia rir e também sorria das bobagens que saiam da minha boca. Aquela que um dia me quis por completo e o máximo que pude lhe dar foi um único beijo.
Á anos não ficava nervoso daquele jeito, inseguro, e mesmo com quase 20 anos parecia um pré-adolescente apavorado com a hipótese de ficar tão próximo a uma garota. Claro que em minha vida isso já não acontecia, mas com ela era diferente e ainda é. E é provável que daqui a algumas décadas ainda seja.
Minha situação emocional não era favorável a um envolvimento. Porém todas as partes do meu corpo eram puxadas para ela, e o que me deixava mais aflito, é que meu coração era o primeiro da lista, ou pelo menos o que restava dele.
Medo. Isso mesmo, era o medo que me impedia de dar um passo sequer em direção a “nós”. Era um sentimento forte e voraz, quase como um leão preso em uma jaula minúscula. Acuado e pronto para um ataque potente.
Dentro dessa jaula estavam meus outros sentimentos diminuídos e apavorados com a fera, brigando entre si.
- Como ela esta linda não é? –
- Perfeita eu diria –
- Bem feito pra você –
- Como eu poderia imaginar? –
- Não importa, ela quis você e mesmo assim você...bom...sem comentários –
- Será que ela ainda lembra de “nós”? –
- Pergunte ora bolas. O máximo que pode acontecer é ela dizer não –
- E você não tem muito a perder, tem? –
- Pare com isso e olhe para ela; esta diferente, esta crescida. É muito provável que ela nem se lembre do único beijo que lhe dei.-
- É verdade, fugi dela por tanto tempo não me espantaria se ela fugisse agora –
- Lembre-se que ela pode já estar namorando “babaca” –
- E se isso for verdade vou ficar com cara de bobo quando perguntar se ela ainda se lembra –
-Vá embora! Por favor. - as palavras mal saiam, entre soluços e suspiros e eu não tirava a razão dela. Afinal meus atos não justificavam nada.
Depois de um tempo nossa relação havia perdido intensidade. Talvez por causa da rotina ou do convívio demasiado, não sei ao certo, mas com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo eu não queria encontrar o motivo (por enquanto).
Era verão. Eu havia começado a freqüentar a faculdade. Vivia bem, tinha planos. Grande parte deles Ana estava incluída.
Primeira namorada séria. Tudo novo, inclusive o desejo de formar família.
Praticamente não percebi que tudo havia acabado. Só restava eu, minha moto, meus planos em pedaços e minha culpa.
O esforço para sair pela manhã era tremendo. Mais um longo dia sem nenhuma perspectiva. Primeiros passos para a depressão.
Uma semana havia se passado desde o nosso fim. Eu ainda freqüentava as aulas sem muita vontade, diga-se de passagem, e sem nenhum amigo ou conhecido para passar os malditos 15 minutos do intervalo das aulas. Tempo esse que parecia não passar.
Bom, pelo menos foi assim até encontrá-la. Talvez 4 ou 5 anos desde a nossa última conversa. Morena, cabelos longos e espessos, cacheados. A silhueta era familiar, porém ela possuía formas e curvas seriamente excitantes.
Tudo que acontecera antes daquele segundo se perdeu, não conseguia me concentrar em mais nada enquanto ela se aproximava.
Um metro de distância restante.Eu podia sentir o leve aroma de seu perfume espetacular e mesmo depois de tanto tempo era como se aquele fosse nosso “primeiro contato”.
Ela não era mais aquela menininha que eu havia conhecido ou talvez ainda fosse, porém seu corpo e rosto não me deixavam acreditar nessa hipótese.
- Ola! Quanto tempo?! – Eu disse depois de alguns segundos. Era difícil falar depois do baque.
- Oi! Como você esta? Faz tempo mesmo! – Seu rosto mostrava algo diferente, mas a expressão era mesmo de quem reencontrava um velho amigo.
Tenho certeza que a surpresa foi maior para mim do que para ela. Praticamente nada mudara em mim a não ser a necessidade de nicotina.
Já ela. – Oh my god! - Tudo estava diferente. Claro que ainda era a Thalila de sempre, eu podia ver no fundo dos seus olhos, aquela que ainda me fazia rir e também sorria das bobagens que saiam da minha boca. Aquela que um dia me quis por completo e o máximo que pude lhe dar foi um único beijo.
Á anos não ficava nervoso daquele jeito, inseguro, e mesmo com quase 20 anos parecia um pré-adolescente apavorado com a hipótese de ficar tão próximo a uma garota. Claro que em minha vida isso já não acontecia, mas com ela era diferente e ainda é. E é provável que daqui a algumas décadas ainda seja.
Minha situação emocional não era favorável a um envolvimento. Porém todas as partes do meu corpo eram puxadas para ela, e o que me deixava mais aflito, é que meu coração era o primeiro da lista, ou pelo menos o que restava dele.
Medo. Isso mesmo, era o medo que me impedia de dar um passo sequer em direção a “nós”. Era um sentimento forte e voraz, quase como um leão preso em uma jaula minúscula. Acuado e pronto para um ataque potente.
Dentro dessa jaula estavam meus outros sentimentos diminuídos e apavorados com a fera, brigando entre si.
- Como ela esta linda não é? –
- Perfeita eu diria –
- Bem feito pra você –
- Como eu poderia imaginar? –
- Não importa, ela quis você e mesmo assim você...bom...sem comentários –
- Será que ela ainda lembra de “nós”? –
- Pergunte ora bolas. O máximo que pode acontecer é ela dizer não –
- E você não tem muito a perder, tem? –
- Pare com isso e olhe para ela; esta diferente, esta crescida. É muito provável que ela nem se lembre do único beijo que lhe dei.-
- É verdade, fugi dela por tanto tempo não me espantaria se ela fugisse agora –
- Lembre-se que ela pode já estar namorando “babaca” –
- E se isso for verdade vou ficar com cara de bobo quando perguntar se ela ainda se lembra –
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