segunda-feira

Prologo

Norte, essa era a direção. Por algum motivo eu tinha certeza que encontraria algo indo para o norte.

Antes de partir, subi até o quarto, nosso quarto, e a cada degrau que deixava para trás, um flash do rosto de Bruna vinha a minha mente. O perfume suave tomou conta do ar, seu perfume. Tive a sensação de estar carregando-a escada acima no dia de nosso casamento.

Tudo estava conde deveria estar, a cama com a cabeceira encostada sob a janela, o enorme armário a esquerda, algumas roupas dela pelo chão. Aquelas cinzas no ar deixavam minha vista nublada, mas o camiseiro a direita com o grande espelho sobre ele, escorado na parede ainda me faziam lembrar das massagens que costumava fazer em seus ombros enquanto ela penteava os cabelos em frete aquele espelho.

Sentei na cama e as cinzas subiram rápido e ficaram agitadas no ar, descendo lentamente. Outro tremor me tirou da nostalgia, malditos terremotos. Caminhei até a janela para observar a vizinhança. O vazio nos gramados agora não mais verdes e bem aparados não me incomodava, mas era desanimador. de volta a cama repousei minha mão sob o travesseiro dela, tentando esquecer por alguns segundos que já não a via a algum tempo, deitei atravessado na cama sem me importar com a película cor de chumbo formada pelas cinzas sob a cama.




to be continued......